Publicação da Tribuna do Norte: 11 de Novembro de 2010
Embargados lixões na Grande Natal ( NÍSIA FLORESTA)
Nem só de jatos e outras aeronaves militares está povoado o céu da Grande Natal durante a Operação Cruzeiro do Sul (Cruzex). Muitos urubus também tomam conta das rotas aéreas nas proximidades da capital, colocando em risco os pilotos e toda a população, já que os aviões voam cheios de armamentos e um acidente pode se tornar uma tragédia também para quem está no solo. Esse temor foi um dos motivos que levou o Ibama a intensificar a fiscalização em diversos lixões clandestinos da Região Metropolitana. Na manhã de ontem dois foram embargados.
Fiscalização do Ibama constatou que lixão em Nísia Floresta está localizado numa Área de Segurança Aeroportuária
Os dois são pontos de despejo de lixo do município de Nísia Floresta: no loteamento Cidade Alta e na localidade conhecida como Campo de Santana. Ambos se encontram dentro da chamada Área de Segurança Aeroportuária (ASA), que abrange um raio de 20km a partir das cabeceiras das pistas do aeroporto Augusto Severo e sobre o qual o Ibama deve atuar para prevenir acidentes. “Os lixões serão embargados, ficará proibido de se depositar lixo aqui, e será lavrada uma multa à Prefeitura que pode chegar a R$ 200 mil”, enfatizou o superintendente do Ibama no RN, Alvamar Queiroz.
Segundo ele, o objetivo do trabalho é manter essas áreas limpas e fazer com que as prefeituras assumam suas responsabilidades em relação ao destino do lixo. Fiscais do Ibama já haviam estado nos dois locais na semana passada, porém o despejo por parte de caminhões e tratores pertencentes à Prefeitura de Nísia Floresta continuava até a manhã de ontem. Somente no Campo de Santana, para onde são levados os resíduos coletados nas praias do litoral de Nísia Floresta, um trabalho paliativo foi iniciado.
Assim que os caminhões despejam o lixo e os catadores separam o material reciclável, vem sendo feita uma queima e é jogada a areia sobre o restante. A medida, no entender dos técnicos do Ibama, em nada atende às exigências ambientais. Um dos problemas é que o local continua sendo foco de animais, com a presença de centenas de garças e urubus, aves que voam na mesma altitude das aeronaves de caça. Sem contar que o lixão está inserido em uma Área de Proteção Ambiental (APA).
“Não há como se licenciar lixões, só se licenciam aterros sanitários, por isso iremos embargar e esperar que a prefeitura tome alguma providência”, confirmou Alvamar Queiroz. Além dos lixões de Nísia Floresta, as equipes do Ibama foram até um lixão em São José de Mipibu, embargado na última semana, que pelo menos ontem não estava mais recebendo o lixo da cidade. Nesse caso, a prefeitura também foi multada em R$ 200 mil.
“A nossa preocupação é muito grande com a aviação civil e militar. Os lixões são fontes de animais, sobretudo os urubus, e isso tem causado grande prejuízo à aviação. A Cruzex é um episódio, mas mesmo depois Natal continuará sendo uma base militar e é preciso prevenir acidentes na rota desses aviões”, concluiu o superintendente do Ibama.
Superintendente defende coleta seletiva
Os aterros sanitários, geralmente apontados como a melhor alternativa aos lixões clandestinos, não são considerados as “soluções definitivas” pelo superintendente do Ibama, Alvamar Queiroz. Devido ao grande volume de lixo que ainda acaba tendo de ser depositado nessas estruturas, ele entende que a alternativa mais eficiente seria o reaproveitamento.
“Diria até que o aterro é um tiro no pé. É possível ser feito, agora o volume de recursos é grande e você tem de envolver muitas prefeituras para viabilizar. O ideal seria que fosse feita uma coleta seletiva e que fosse aproveitado o lixo reciclável e que o orgânico fosse utilizado para fazer composto orgânico. Isso também iria gerar emprego e renda para a população mais carente”, observa.
Ainda assim, os embargos do Ibama não determinam qual solução deve ser tomada pelas prefeituras. A determinação é que os municípios solucionem o problema dos lixões, impedindo o despejo irregular e limpando as áreas degradadas. “Defendo, na verdade, um grande pacto pelo controle de lixo, envolvendo toda a comunidade, já que o Estado tem perfil turístico e precisa preservar seu meio ambiente”, enfatizou Alvamar Queiroz.
Doenças
De acordo com informações da bióloga Rose Dantas, que realiza um trabalho em parceria com o Ibama e a Infraero, um acidente envolvendo um avião Tucano T29 e um urubu nas proximidades do aeroporto Augusto Severo, em maio, resultou em um prejuízo de 20 mil dólares. Porém, a perda para a população com os lixões clandestinos não é apenas financeira. Segundo ela, aves como as garças que frequentam e se alimentam nos lixões, podem se tornar vetores de proliferação de vírus e doenças em gerais, contraídos em meio aos resíduos. No lixão do loteamento Cidade Alta, visitado ontem pelo Ibama, foi encontrado inclusive lixo hospitalar.
Segundo ele, o objetivo do trabalho é manter essas áreas limpas e fazer com que as prefeituras assumam suas responsabilidades em relação ao destino do lixo. Fiscais do Ibama já haviam estado nos dois locais na semana passada, porém o despejo por parte de caminhões e tratores pertencentes à Prefeitura de Nísia Floresta continuava até a manhã de ontem. Somente no Campo de Santana, para onde são levados os resíduos coletados nas praias do litoral de Nísia Floresta, um trabalho paliativo foi iniciado.
Assim que os caminhões despejam o lixo e os catadores separam o material reciclável, vem sendo feita uma queima e é jogada a areia sobre o restante. A medida, no entender dos técnicos do Ibama, em nada atende às exigências ambientais. Um dos problemas é que o local continua sendo foco de animais, com a presença de centenas de garças e urubus, aves que voam na mesma altitude das aeronaves de caça. Sem contar que o lixão está inserido em uma Área de Proteção Ambiental (APA).
“Não há como se licenciar lixões, só se licenciam aterros sanitários, por isso iremos embargar e esperar que a prefeitura tome alguma providência”, confirmou Alvamar Queiroz. Além dos lixões de Nísia Floresta, as equipes do Ibama foram até um lixão em São José de Mipibu, embargado na última semana, que pelo menos ontem não estava mais recebendo o lixo da cidade. Nesse caso, a prefeitura também foi multada em R$ 200 mil.
“A nossa preocupação é muito grande com a aviação civil e militar. Os lixões são fontes de animais, sobretudo os urubus, e isso tem causado grande prejuízo à aviação. A Cruzex é um episódio, mas mesmo depois Natal continuará sendo uma base militar e é preciso prevenir acidentes na rota desses aviões”, concluiu o superintendente do Ibama.
Superintendente defende coleta seletiva
Os aterros sanitários, geralmente apontados como a melhor alternativa aos lixões clandestinos, não são considerados as “soluções definitivas” pelo superintendente do Ibama, Alvamar Queiroz. Devido ao grande volume de lixo que ainda acaba tendo de ser depositado nessas estruturas, ele entende que a alternativa mais eficiente seria o reaproveitamento.
“Diria até que o aterro é um tiro no pé. É possível ser feito, agora o volume de recursos é grande e você tem de envolver muitas prefeituras para viabilizar. O ideal seria que fosse feita uma coleta seletiva e que fosse aproveitado o lixo reciclável e que o orgânico fosse utilizado para fazer composto orgânico. Isso também iria gerar emprego e renda para a população mais carente”, observa.
Ainda assim, os embargos do Ibama não determinam qual solução deve ser tomada pelas prefeituras. A determinação é que os municípios solucionem o problema dos lixões, impedindo o despejo irregular e limpando as áreas degradadas. “Defendo, na verdade, um grande pacto pelo controle de lixo, envolvendo toda a comunidade, já que o Estado tem perfil turístico e precisa preservar seu meio ambiente”, enfatizou Alvamar Queiroz.
Doenças
De acordo com informações da bióloga Rose Dantas, que realiza um trabalho em parceria com o Ibama e a Infraero, um acidente envolvendo um avião Tucano T29 e um urubu nas proximidades do aeroporto Augusto Severo, em maio, resultou em um prejuízo de 20 mil dólares. Porém, a perda para a população com os lixões clandestinos não é apenas financeira. Segundo ela, aves como as garças que frequentam e se alimentam nos lixões, podem se tornar vetores de proliferação de vírus e doenças em gerais, contraídos em meio aos resíduos. No lixão do loteamento Cidade Alta, visitado ontem pelo Ibama, foi encontrado inclusive lixo hospitalar.
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