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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

PROMOTORIA INVESTIGA ADOÇÃO ILEGAL E VENDA DE BEBÊ EM NÍSIA FLORESTA.

 
O Ministério Público está investigando a suspeita de uma adoção ilegal de um bebê no município de Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal. Segundo o inquérito, o recém-nascido teria sido entregue pela mãe a um casal que reside em São Paulo sem a intermediação da Justiça.
 De acordo com o MP, a lavadeira Márcia Manuela Silva, mãe do bebê, está grávida pela terceira vez. A gestação atual aconteceu três meses após o nascimento de seu último filho, um menino que ela não chegou a levar para casa.
Em entrevista à Inter TV Cabugi, afiliada da rede Globo no estado, a mãe admitiu ter entregue o filho sem o conhecimento da Justiça. Márcia afirma que nem mesmo conhece as pessoas que levaram o bebê. “Eu dei. Dei pra uma menina. Não sei o nome dela”, confirmou. Além disso, Márcia disse que usou o número do CPF de outra mulher para se internar e ter o bebê.
O Ministério Público investiga também a possibilidade de a mãe ter recebido dinheiro em troca do filho. “A lei de 2009 alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente proibindo a doação direcionada para evitar comércio, burla. E esta lei prevê um cadastro para que os pais passem por um processo de acompanhamento psicológico para saber se eles realmente tem vocação para adoção”, explicou Maria Zélia Henriques Pimentel, promotora de Justiça em Nísia Floresta. Pelos depoimentos, o MP descobriu que os contatos da mãe com o casal paulista começaram ainda durante a gravidez. 
O casal teria pago, inclusive, três consultas de pré-natal e uma consulta num hospital particular da capital no dia 29 de fevereiro. Uma avó do menino, disse que uma ex-conselheira tutelar da cidade, cujo nome não foi revelado, teria participado diretamente da negociação. A avó, Maria Mércia da Silva, também foi ouvida pela reportagem: “Ela errou porque não podia ter feito isso. Se quer dar, a gente recebe. Vamos pro juiz”, reclamou a avó, se referindo à ex-conselheira. 
As investigações continuam. A promotoria ainda precisa identificar o casal e localizar o bebê. “A dificuldade que nós temos é a falta de informações. Márcia Emanuela (a mãe) não dá informação concreta, não diz pra quem deu o filho. O crime vai demorar a prescrever, mas pra reverter a adoção e retirar a criança desses pais que obtiveram a criança cometendo um ilícito, precisamos ser rápidos, porque a criança vai criando laços”, ressaltou a promotora Maria Zélia.

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